Zoa chegou no ano 2009, com seis anos. A primeira das cadelas da família.
Este poema foi obrigado. Um pacto, pode dizer-se, entre tod@s nós e o seu espírito indomável e mais o seu carinho e paciência ilimitadas; parecera que tratava dum ser humano, parecera… mas não; não como Zoa. Sabemo-lo bem os setores felinos e humanos da família; souberom-no bem as cadelas com que conviveu e são já a nossa permanente lembrança; sabe-o a jovem Nica, que agora chegou do Refúgio; e quem ao seu lado passar.
Zoa
Bem!
Aceitamos, é justo!
Tu serás a capitã!
Na condição solene
De que nunca nos negues umha aventura!
Leva-nos a todas
Encoraja-nos como só tu sabes!
Dá-nos o papel nosso de cada dia
Conduz-nos nas noites a saltar todos os muros!
Eu, se me deixares,
solicito a dignidade de cronista
E prometo aprender das épicas todas para contar a tua façanha!
de como alguém é a mais grande, também porque é capaz de mimosear-se
em todos os braços que com o seu rosto neles enobrece.
Prometo contar tudo como melhor souber
Ensina-me, Zoa, quando repousares,
todas as técnicas esquecidas,
e algumha secreta, por favor,
mesmo que umha só seja
com que poda alimentar os serões de todas as crianças;
e sussurra-me as deliciosas imprudências de andar à madrugada
viajar, viajar e voltar sempre!
conta-me mais umha, umha e mil vezes, o ato aquele em que converteste,
em dous sopros incríveis,
a vida em morte e logo a morte em vida.
E explica-me
(bom, não, conta-me, que a explicação não alcanço)
Como se pode amar tanto,
Como tanta lealdade cabe no teu instinto
Como, generosa, cedes à irmã qualquer preponderância
Por se um dia vou conseguindo subir fugazmente ao teu perfil
e podo ver de ali a terra prometida,
Que outra cousa não são teus olhos, teu focinho,
As tuas orelhas agitadas
O teu gesto
A tua intuição, o teu carinho
Toda a tua bondade esclarecida
E podo, como cronista que prometim ser e concedeste,
De quem quiger ouvir aproximá-la!