Filhas, Porque nunca haverá tempo bastante para vo-lo dizer, Pedirei aos amigos que vos digam quanto vos amei. Sei que eles irão limar bem todas as insuficiências, todos os excessos, todos os erros. [A amizade é assim, bate dentro para acariciar fora]. Sou um pouco pilho, é verdade: é pose para tentar imitar, levemente, o brilho dos vossos olhos, Dos vossos olhos que me miram como o mais formoso...
Cidade minha
Cidade minha, Prometo ser estrangeiro nos teus lugares para admirar-te, E tentar ser bom filho para cuidar-te, em júbilo ou infortúnio Amorosamente acariciar-te no passeio, sentar-me no teu colo e brincar à procura de todos os sinónimos do afago e da ternura que me brindas. Quando, adulto quotidiano, esqueça a maravilha que me dás ou, homem sem canto, comece a baralhar-te Lembra-me tu, cidade...
Da Ilha e da Estrela III
Contou-nos um griot um dia, griot que fora criado e passou a contador, que na sua terra a gente orientava a vida polo sol, a lua e as estrelas. “Polo vento também”, dizia o griot; e polos cantos dos grilos e luzes noturnas nos caminhos: “Vagalumes seriam!”, dixo o suspiro dum meu amigo. Respondeu o griot: “lembrei agora a história da cobra e o pirilampo brilhante; Yi NYOKA NI DYI BIMBI-NDYILO SHA...
Da Ilha e da Estrela II
Acampemos aqui: O lugar é fresco, limpo o rio para o banho, A fonte não está longe: logo ali, onde a vimos à beira do caminho, onde a senhora da horta nos indicou, a senhora que nos vendeu a verdura, boa para cozer, e ofereceu os tomates para a salada. Poderemos orientar as tendas ao sul – sul-oeste, ficarão quentinhas para a noite. O vento de ali vem mas é pouco e não parece que chova...